Sentir dor durante a relação sexual com penetração não é normal, mas é uma situação comum para algumas mulheres. Há doenças que causam esse desconforto, chamado dispareunia, mas, segundo a ginecologista Karina Brum, a maioria dos casos está ligada a questões psicológicas. Ela observa que cerca de 35% das mulheres não têm orgasmo e que isso tem a ver principalmente com desconhecimento sobre o próprio corpo. “A maioria das pacientes não se conhece e, consequentemente, também não relaxa durante a relação. Por isso recomendo às pacientes que se toquem, se conheçam. Falta lubrificação porque ela não está tranquila”, comenta.
Outro problema que pode provocar dor é o vaginismo, doença que envolve a contração da musculatura da vagina, impedindo a penetração. A profissional explica que, apesar dos sinais físicos, o vaginismo também está ligado ao lado emocional da paciente e, por isso, exige um tratamento multidisciplinar, que envolva o trabalho de psicólogos. “É feito um acompanhamento para que com o tempo a pessoa consiga ter relação sexual sem dor”, destaca.
Outra situação, cita Karina, é o ressecamento da vagina, que também pode ocasionar queimação e sangramento, e costuma ocorrer no período pós-menopausa, quando o corpo deixa de produzir estrogênio e não tem mais lubrificação. Além disso, acontece também no pós-parto, durante a amamentação.
Diagnóstico
Quando a mulher sente dor e a relação sexual deixa de ser prazerosa, é importante buscar ajuda médica. O diagnóstico é feito a partir da análise do relato da paciente a respeito dos episódios e sintomas e dos exames clínicos e laboratoriais. A partir disso é que o especialista poderá indicar o melhor tratamento para cada caso. “Quando é uma menina nova, a solução pode estar em se conhecer melhor. Quando é ressecamento no pós-parto e amamentação pode usar lubrificante vaginal, quando é menopausa pode usar cremes e o laser de CO² fracionado. Tem que avaliar tudo e vai depender da situação de cada paciente”, observa a ginecologista.
Ela diz que o tratamento com laser pode ser usado por qualquer mulher que tenha ressecamento. Normalmente, são feitas de uma a três sessões e o procedimento é indolor. “O laser age na mucosa, fazendo com que produza mais colágeno, mudando o tecido da mucosa, aumentando a lubrificação vaginal”, explica Karina. Conforme a ginecologista, o laser pode ser usado também em casos de incontinência urinária e flacidez vaginal.