Neste domingo, 18 de outubro, os protestos no Chile marcam um ano do levante popular que se chamou a atenção do mundo pelos confrontos da polícia contra a população. Incansáveis, os chilenos não se deixaram abater pela nem pela pandemia do novo coronavírus, que os tirou das ruas no início do ano. Aos poucos, os manifestantes voltaram a ocupar em massa pontos como a "Plaza de La Dignidad", como foi batizada a Praça Baquedano, em Santiago.
Aos pés do monumento em homenagem ao militar Manuel Baquedano, estudantes, assalariados, mulheres, torcidas organizadas, aposentados, artistas e até torcidas organizadas protestaram contra o governo e contra os Carabineros - a polícia chilena. A insatisfação dos chilenos fica estampada em cartezes, faixas pela cidade, pinturas em paredes e na voz nas pessoas que se insurgem contra a polícia. O sistema de aposentadoria no Chile, comandando pela AFP; a política do presidente Sebastián Piñera; o autoritarismo e abusos de poder dos Carabineros; o aumento do custo de vida, como saúde, educação e o transporte público; e o desejo coletivo por uma nova constituição, resumem o que impulsiona os chilenos a permanecerem nas ruas.
Hoje em Santiago
Os protestos ocorrem em outras cidades, como Valparaíso, Viña del Mar, Concepción e San Antonio. No comércio, as lojas estão protegidas por cortinas de ferro para se proteger de ataques, como pedradas e incêndio. No centro histórico de Valparaíso, fogo em pneus virou rotina sempre que cai a noite. Em resposta, os carabineros jogam água, gás de pimenta e balas de borracha.
Desde o ano passado, há relatos de que os policiais atiram com munição de metal, apenas revestida com borracha. Centenas de manifestantes já foram mutilados nos olhos por conta dos tiros disparados pelos carabineros. Neste domingo, uma multidão converge à Praça Baquedano, ao qual os manifestantes se referem como "genocida Baquedano". A estátua foi pintada de vermelho nesta tarde. Um protesto nacional está marcado para as 21 horas (horário no Chile).