A Casa Branca subiu na quarta-feira (13), sua aposta para conter a iminente ofensiva da Rússia na região de Donbas, no leste da Ucrânia. O presidente dos EUA, Joe Biden, em conversa com seu colega ucraniano, Volodmir Zelenski, autorizou o envio de mais US$ 800 milhões em armas avançadas e munições para a resistência ucraniana.
De acordo com John Kirby, porta-voz do Pentágono, alguns equipamentos militares que serão fornecidos à Ucrânia são tão sensíveis que exigirão treinamento. A opção dos EUA, segundo ele, será treinar um pequeno número de instrutores ucranianos, que em seguida ensinarão outros militares a operar os sistemas mais modernos.
REFORÇO
Os EUA e seus aliados europeus estão enviando armas para a Ucrânia há semanas. Só o governo americano despacha de oito a dez voos de assistência militar para países da Europa todos os dias. Assim que chegam, as armas e munições são movidas por comboio terrestre para a Ucrânia, que determina como e onde o equipamento será distribuído.
Autoridades ucranianas também se reuniram com empresas privadas dos EUA. Em um exemplo recente, a embaixadora da Ucrânia em Washington, Oksana Markarova, se encontrou na semana passada com representantes da General Atomics, fabricante dos drones Reaper e Predator, utilizados no Iraque e no Afeganistão.
OFENSIVA
Na semana passada, as forças russas se retiraram dos arredores de Kiev, após encontrarem uma feroz resistência da Ucrânia. A ideia, segundo agências de inteligência dos EUA e da Europa, é reagrupar as tropas para se concentrar em uma nova ofensiva com um objetivo mais específico: dominar Donbas, região de maioria russa no leste do país.
MORAL
O comando militar ucraniano informou ontem que as forças russas já estão prontas para iniciar os ataques em Donbas. Em vídeo, Zelenski afirma que a guerra se tornará um "banho de sangue sem fim", caso o país não receba com urgência novos carregamentos de armas.
Apesar da nova ameaça militar russa em Donbas, os EUA continuam a ver "problemas significativos de moral" entre as tropas da Rússia na Ucrânia. Segundo um alto funcionário do Pentágono, os americanos têm evidências de que as forças russas "se desiludiram com a guerra, não foram devidamente informadas, treinadas e não estavam preparadas para a guerra". Quase metade das tropas russas na Ucrânia, segundo informações de inteligência dos EUA, é de recrutas que não recebem treinamento suficiente. (Com agências internacionais)