Dois anos e meio para uma graduação em Processos Gerenciais, na Unisinos, 24 meses para concluir o MBA, 22 meses para concluir o mestrado e pouco mais de um ano e meio para concluir o doutorado. Moradora do bairro Pátria Nova, em Novo Hamburgo, Manoella Treis tem apenas 24 anos e já deu para perceber que ela precisa de pouco para conseguir muito. Ainda jovem, ela é a estudante mais nova a se tornar doutora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o berço dos seus estudos. No ranking nacional, ela é a mulher mais jovem a alcar a distinção.
Conforme levantamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), a pessoa mais jovem a concluir um doutorado no Brasil, é Luan Ozelim, que concluiu doutorado pela Universidade de Brasília (UnB) aos 22 anos, em 2013.
Em 29 de novembro, Manoella defendeu tese de doutorado em Políticas Públicas, com o tema “Análise da Formação de Agenda Governamental sobre Políticas Públicas para Mulheres Portadoras de Endometriose: Um estudo de caso sobre o Brasil e a Austrália”.
A jovem hamburguense fez estudo de casos entre casos nos dois países envolvendo mulheres portadoras de endometriose e a atuação da saúde pública na assistência das pacientes. “O trabalho busca analisar a formação deste cenário por meio de estudos de casos múltiplos, olhando para o Brasil e a Austrália’, observa. A nova doutora escolheu a temática por ser portadora da doença e conhecer as dificuldades enfrentadas no sistema privado de saúde. A partir disso, Treis descobriu que existiam políticas estatais em tramitação e procurou entender o processo que levou a formação da agenda e os motivos de o país não ter políticas públicas formadas.
Mas muito antes disso ela já se dedicava á pesquisa científica. "Desde os meus 16 anos, após alguns trabalhos de iniciação científica no Ensino Médio optei que iria fazer pesquisa, eu sempre gostei de pesquisas, era o que mais me motivava na escola. Ao longo da graduação, comecei a buscar os caminhos para atingir meus objetivos de chegar ao Doutorado", conta.
Apesar da formação conhecidamente precoce, a notícia de ser a doutora a se formar mais jovem a surpreendeu. "Precisamos de mais mulheres em todas as áreas da ciência, e espero que essa se torne mais valorizada no país.”, conta. E ela não pretende parar por aí. "Eu pretendo continuar pesquisando, é uma situação quase inevitável. Eu adoro a pesquisa. Além disso, estou super disponível para convites para pesquisas e na área docente, a qual gosto muito", completa.