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Notícias | Região POSTOS

Especialistas dão sugestões para a hora de abastecer

Após autuações na região, agência alerta consumidores para cuidados

Por Susi Mello
Publicado em: 22.09.2021 às 03:00 Última atualização: 22.09.2021 às 22:44

Com o preço dos combustíveis na pauta de discussões estaduais e nacionais, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) está intensificando a fiscalização em postos em todo o País. Em Novo Hamburgo, de uma amostragem de dez postos e uma revenda de GLP fiscalizados nos últimos dias, houve oito autuações em seis postos. Especialistas em proteção do consumidor sugerem cuidados na hora de abastecer para evitar surpresas.

Gerentes dizem que todas as bombas já estão adequadas
Gerentes dizem que todas as bombas já estão adequadas Foto: Diego da Rosa/GES

A ANP só divulga o endereço dos postos que tiveram interdições, não dos que foram autuados. No caso de Novo Hamburgo, dos seis postos, dois sofreram autuações e interdições em bicos abastecedores por fornecerem menos combustível do que o marcado na bomba, sendo um em um bico de óleo diesel S500 comum, outro em um bico de gasolina comum e dois de gasolina aditivada.

Um dos postos foi autuado também por falta de instrumentos de análise e o segundo por irregularidades no equipamento que faz o teste de quantidade. Os outros quatro postos foram autuados por não possuir os certificados de verificação/calibração dos equipamentos utilizados para análise dos combustíveis; apresentar preços diferentes no painel de preços e na bomba medidora de combustível; não possuir instrumentos de análise; e não funcionar no período mínimo estabelecido pela ANP.

 

Gerentes dizem que já está normalizado

Segundo a ANP, postos que têm bicos interditados só podem voltar a utilizá-los após comprovar para a Agência que a situação está regularizada.

Os gerentes dos postos que sofreram as interdições informaram à reportagem ontem que já se adequaram ao que não estava dentro das normas e já receberam liberação da ANP para voltar a trabalhar com os bicos.

Máquinas

No posto Petrovin, da bandeira Ipiranga, na Rua Primeiro de Março, o gerente Diogo Furtado conta que na quinta-feira da semana passada a ANP esteve no local. "Não foi questão de irregularidades. Temos duas novas máquinas e uma delas, durante a aferição, apresentou que havia 20 ml a menos de combustível", conta. A ANP informou que no endereço deste posto teve um bico de gasolina comum e dois de gasolina aditivada interditados por abastecerem com quantidade de combustível inferior à informada na bomba.

Furtado explica que seu técnico havia feito aferição há 30 dias nas máquinas. "A máquina até engrenar, acontece que talvez tenha baixado a pressão. Foi isso que ele me justificou", comenta o gerente, informando que 12 horas após a interdição por parte da ANP já tinha ocorrido o conserto e o procedimento voltou ao normal, com autorização da ANP.

Engrenagem

Também na Rua Primeiro de Março, a gerente do Postaço, também da bandeira Ipiranga, Rosângela Bertani Fenske, diz que o posto foi notificado na última quarta-feira e no dia seguinte foi providenciada a correção do equipamento e a ANP deu a liberação para uso do bico. Com isso, a partir de ontem era utilizada a bomba. Ela explica que "provavelmente a engrenagem da bomba desregulou. É como uma peça de carro. Às vezes está certo e de repente estraga. Dos 16 bicos no posto, foi a infelicidade desse bico nesse dia", diz, explicando que o posto mantém aferições semanais ou quinzenais.

Como se proteger

A ANP recomenda que o consumidor fique atento. Ele pode exigir que o posto faça teste de vazão (para verificar se a quantidade de combustível colocada no veículo é a mesma mostrada na bomba) e teste de proveta (para verificar se o percentual de etanol na gasolina é de 27%). Também é fundamental que exija a nota fiscal.

O posto deve exibir os preços dos combustíveis na entrada, dia e noite. O preço no painel deve ser igual à bomba.

Os postos de bandeira branca precisam informar em cada bomba qual distribuidora forneceu.

Bomba medidora para combustíveis líquidos ou dispenser para GNV devem estar aferidos e certificados pelo Inmetro ou instituição credenciada.

Se suspeitar da qualidade da gasolina peça que seja feito na hora o "teste da proveta", que mede a porcentagem de etanol anidro.

Caso desconfie que a quantidade de combustível abastecida no tanque é menor do que a registrada na bomba, o representante do posto deve utilizar medida padrão de 20 litros aferida e lacrada pelo Inmetro.

O posto não pode recusar a realização de testes previstos na legislação.

Especialistas em proteção do consumidor dão dicas

O presidente do Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor, Claudio Pires Ferreira, diz que se de dez postos seis tinham problema, é preocupante. "São 60% dos postos fiscalizados com problema. É um recorte que se estende a outros municípios. Se o combustíveis estão com preços elevados, o mínimo é receber a quantidade", sublinha.

Entre suas recomendações, a principal é a solicitação da nota fiscal. "Ela é a prova que o consumidor adquiriu o produto no posto", explica. Ferreira ainda aponta a importância de solicitação do teste gratuito da qualidade do combustível.

Como reclamar

O Procon Novo Hamburgo, que realiza fiscalizações sozinho ou em parceria com a ANP e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), informa que a maioria das reclamações recebidas é referente a aumentos de preços.

O consumidor que se sentir lesado deve encaminhar e-mail, se possível anexando documentos comprobatórios (nota fiscal, foto). Contato: procon@novohamburgo.rs.gov.br

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