Três mulheres, com idades entre 34 e 38 anos, foram presas na manhã desta quarta-feira (17), em Cachoeirinha. As prisões aconteceram nos bairros Nova Cachoeirinha, Parque da Matriz e Vista Alegre.
Mais de R$ 58 mil foram encontrados em uma residência no município, grande parte dentro de um urso de pelúcia. Elas são suspeitas de integrar uma quadrilha que pratica o chamado "Golpe dos Nudes" e outros crimes de extorsão, a operação contou com outras sete prisões em seis cidades gaúchas.
O inquérito policial foi instaurado a partir da notícia de uma vítima catarinense que teria depositado cerca de R$ 70 mil para criminosos, em virtude de ameaças feitas pelos suspeitos. De acordo com a Polícia Civil, a investigação revelou que a organização criminosa obteve lucros milionários com os crimes, chegando a extorquir mais de R$ 250 mil de uma única vítima.
No Rio Grande do Sul os agentes começaram o auxílio à Polícia Civil de Santa Catarina, pelo fato de todos os investigados residirem no estado. Mais de 60 policiais civis catarinenses e gaúchos participaram da operação na manhã desta quarta-feira.
Criminosos criam perfis falsos em redes sociais com fotos sensuais de garotas, que são chamadas por eles mesmos de “novinhas”, passando a puxar conversas com homens de vários locais do país, preferindo vítimas que aparentam ter alto poder aquisitivo.
Fazendo-se passar pelas garotas, os bandidos informam um número de WhatsApp para os homens e começam conversas eróticas, enviando fotos sensuais da suposta garota, para que a vítima também envie fotos suas. De posse das conversas e do material trocado com a vítima, os criminosos passam a praticar extorsão, alegando que a menina é adolescente e que então ele teria praticado o crime.
Diante das ameaças de que será processado judicialmente e de que o caso será levado ao conhecimento da polícia para que o homem seja preso, os criminosos exigem determinada quantia em dinheiro para “abafar o caso”.
Segundo a investigação, a trama é orquestrada e algumas pessoas atuam como falsos pais da adolescente, outros como falsos advogados da família, tudo para fazer com que a vítima desembolse dinheiro para realização de um prometido acordo.
Para transmitir credibilidade às exigências e causar pânico nas vítimas, os criminosos montaram Delegacias de Polícia falsas, onde fazem imagens simulando a tramitação de investigações e até a expedição de falsos mandados de prisão.
Algumas vítimas acabam cedendo às chantagens e fazendo transferências aos criminosos antes de procurar a Polícia Civil para denunciar a extorsão.