A chuva chegou e levou com ela um pouco do calor que castigou o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Em um dia que Campo Bom registrou mais uma vez a temperatura mais alta do Estado, com os termômetros alcançando 39,5°C às 14 horas, a chuva chegou à cidade por volta das 16 horas, e uma hora após os termômetros já registravam uma temperatura bem mais amena, de 26,6°C. No dia anterior, também às 16 horas, os termômetros da cidade marcavam 36,6°C, exatos 10°C a mais. As medições são feitas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Em Novo Hamburgo, a chuva chegou cerca de uma hora antes, por volta das 15 horas e também derrubou as temperaturas. Quando iniciou, os termômetros da cidade marcavam 37°C, mas duas hora após a temperatura já era 7°C mais baixa.
E as temperaturas mais amenas devem permanecer nos próximos dias, já que a previsão é de que até sábado os termômetros não superem a casa dos 30°C. Para Novo Hamburgo, a MetSul Meteorologia prevê uma máxima de 26°C nesta quinta-feira, com aumento gradativo de temperatura até sábado, quando a máxima chega aos 30°C.
Essa queda na temperatura é consequência de uma massa de ar frio que chega ao Rio Grande do Sul, que é precedida justamente pelas chuvas.
De acordo com Estael Sias, meteorologista da MetSul, essa frente fria, conseguiu superar a barreira de calor que estava sobre o Estado nas últimas duas semanas. Mas de acordo com ela não é o fim do calorão. "Ondas de calor vão voltar a ocorrer nas próximas semanas."
Apesar de as ondas de calor serem consideradas naturais para o verão, o ano de 2022 fica marcado já como um dos mais quentes da história. Campo Bom teve o mês de média mais quente em 38 anos, igualando com 2019 quando a média do mês foi de 27°C.
Os estudiosos consideram a existência de uma onda de calor a partir de cinco dias consecutivos com temperaturas na casa dos 35°C. Neste ano, o Rio Grande do Sul viveu 14 dias com temperaturas na casa dos 40°C, tornando assim este mês totalmente atípico.
Embora os próximos meses também devam ter ondas de calor e poucas chuvas, a tendência é que elas sejam mais curtas e menos intensas, e com mais chuvas. "Há previsão de bons volumes de precipitação entre fevereiro e março", diz Estael. Entretanto, ela deixa claro que não será suficiente para acabar com a estiagem que atinge o Estado, já que ainda serão vários dias seguidos sem chuvas.
Três bairros chegaram a ficar sem luz durante a chuva: Centro, Lira e Floresta. Dois deles, Centro e Floresta, permaneciam parcialmente sem energia até o fim da tarde, enquanto o Lira ficou totalmente no escuro.
Durante a noite a chuva voltou a se intensificar na região, mas até as 21 horas não houve registro de problemas graves.