Hoje resolvo falar sobre uma amenidade da nossa vida: futebol. Eu sei que para muita gente estúpida é mais importante que qualquer coisa, mas deve ser o que é: um esporte. E falo do meu Internacional, na oportunidade do ainda recente fecho de carreira de Andres Nicolas D'Alessandro, o "D´Ale".
Recordo, quando criança, de acompanhar o grande time dos anos 1980, com craques como Manga, Figueroa, Falcão, Batista, Carpeggiani, Jair, Lula e Mário Sérgio, e o símbolo Valdomiro. Naquela época, sem dúvida, este se destacou pelo tempo de casa - cerca de 13 anos - e os grandes destaques técnicos foram Falcão e Paulo César Carpeggiani.
Aquele time, no entanto, embora ostente o tricampeonato nacional invicto - feito até hoje nunca igualado - fracassou na Libertadores da América.
A seguir, houve fases razoáveis, como os anos 1980 e o ano 2000, e o longo período de vacas magras vivenciado a partir da Copa do Brasil de 1992.
Nestas épocas tivemos ótimos jogadores que mereceriam citação aqui - em especial Gamarra, Fabiano e Christian -, mas fomos absolutamente estéreis, amargando fracassos marcantes.
Tudo mudou com Fernandão, a partir de 2004, e o mágico time de Abel Braga que ganhou o mundo. Não tenho dúvida, aliás, de que o craque de cabelos longos foi o jogador mais vitorioso da história colorada e merece a estátua encravada nos arredores do Beira-Rio.
Em 2008, todavia, chegou ele, D'Alessandro, e seu jeito peculiar. Teve a sorte de jogar naquele que foi o melhor time da história recente colorada, com Magrão, Nilmar e outros. A sorte é a sombra dos bons! Mas sua liderança técnica e de personalidade foram fundamentais na conquista de vários títulos e como ninguém na rivalidade local.
Nunca um jogador foi tão massacrante sobre o rival como D´Ale, seu domínio de bola, seus passes, suas cobranças de falta e penais, sua la boba e suas provocações.
Sua breve saída - apenas por questões com dirigentes de postura no mínimo suspeita -, mas com sua volta para jogar uma série B, foram apenas a cereja do bolo que faltava nessa história eterna de amor entre o jogador e a torcida.
Ao fim e ao cabo, o mais técnico deve ter sido Carpeggiani ou Falcão e o grande líder, de personalidade ímpar, foi Fernandão. Todos amados pela torcida. Mas o argentino foi extremamente técnico, absolutamente líder, vitorioso e torcedor. Imbatível, pois! O maior de todos os tempos!!!
Que venha outra estátua!!!